JOHN LIBERTINO, ÍDOLO INCONTESTE

16/05/2010 20:30


JOHN LIBERTINO, ÍDOLO INCONTESTE 

      John Libertino teria um outdoor - "Cirurgia Maximamente Invasiva" -, à frente da Lahey Clinic, oportuno contraponto à tendência minimamente invasiva, segundo a qual o Bricker vem superando indicações clássicas nos EUA, prefere-se vigilância nos não seminomas estágio I, robô substituindo a consagrada técnica de Walsh à custa de agressivo marketing, agora confrontado por artigos mais recentes evidenciando piores resultados.

      Porém, o saldo negativo foi criar-se toda uma geração pouco familiarizada com as cirurgias abertas clássicas, mudando-se paradigmas, como o Bricker, excelente opção quando bem selecionada, mas cresceu por constituir-se em técnica cirúrgica mais conservadora, já que neobexiga e reservatórios continentes à pele têm feitura mais complexa, demandando curva de aprendizado mais longa.

      A laparoscopia confirmou-se excelente em adenomas adrenais, hipernefromas até 10 cm, nefrectomias de doador vivo e pieloplastias, mas exigindo-se difícil e longa curva de aprendizado, principalmente à realização da prostatectomia radical, técnica atualmente em franca extinção nos EUA, e por ironia muitos jovens não aprenderam a técnica aberta.

      No afã do minimamente invasivo, como se fosse sinônimo de melhor e com complicações menores, inventam-se “técnicas” visando superar a RTU da próstata, que utiliza o orifício mais natural que existe, o meato uretral, e agora substituindo os portais pelo orifício único, mas do umbigo, acordarão experts como Nesbit, Barnes, Rocha Brito de seus túmulos...

      Vigilância ativa nos tumores não seminomatosos estágio I, apesar de não ser a única alternativa, tem sido a primeira escolha na Europa e em nosso meio, diferentemente dos EUA, e não foi por acaso que surgiu lá, pelas mãos de outro "cirurgião", John Donohue, a "nerve sparing"...

 
  Aqueles que não aprenderam a linfadenectomia retroperitoneal primária no estágio I, jamais farão a “nerve sparings” corretamente, ainda salvos pelo ”gongo”, graças à alternativa aceita da vigilância, más trágico, é verem-se obrigados à exigência, para obtenção de cura, da ressecção completa pós-quimoterapia, muito mais complexa, e desafiadora até para os mais experientes. 
 

Aloysio Floriano de Toledo